quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Ayahuasca



Conhecida como Santo Daime, Oasca, Xamãe ou Vegetal, a Ayahuasca, nome quechua de origem inca, refere-se a uma bebida sacramental produzida a partir da decocção de duas plantas nativas da floresta amazônica: um cipó Banisteriopsis Caapi (Jagube ou Mariri)e folhas de um arbusto Psychotria Viridis(Rainha ou Chacrona) ou Psychotria Alba e em algumas tribos indígenas, também é acrescentado outras plantas como Tabaco, Daturas e outros.

É também conhecida por Yagé, Caapi, Nixi Honi Xuma, Nixi Pae, Hoasca, Kahi, Natema, Pindé, Dápa, Mihi, e significa "Liana dos Mortos".

Utilizada por povos pré-colombianos, Incas, e muito utilizada, por pelo menos, setenta e duas tribos indígenas diferentes da Amazônia. É empregada extensamente no Peru, Equador, Venezuela, Colômbia, Bolívia e Brasil.
Por milênios é utilizada na Amazônia, e está expandindo-se rapidamente na América do Sul e outras partes do mundo com o crescimento de movimentos religiosos organizados, sendo os mais significativos: Santo Daime, A Barquinha, União do Vegetal, Irmandade Natureza Divina, Irmandade Bandeira Branca Comuníndios além de dissidências destas e grupos (núcleos ou igrejas) independentes que consagram como sacramento de seus rituais.
A aparência da ayahuasca varia entre diversos tons de terra variando entre o bege claro e translúcido ao marrom (castanho) escuro. Os métodos de preparo variam conforme a tradição de cada local e da ocasião em que o consumo se dá. De qualquer maneira, o processo é longo e leva quase um dia para o preparo. As diversas beberagens geralmente contêm talos socados do cipó caapi (Banisteriopsis caapi) mais as folhas da chacrona ou rainha (Psychotria viridis).
Outras plantas podem ser acrescentradas conforme a tradição do feitor da ayahuasca. As religiões ayahuasqueiras do Brasil usam somente Banisteriopsis caapi e Psychotria viridis nos preparos.



Segundo algumas correntes de defensores do seu uso religioso e ritualístico, a ayahuasca não é um alucinógeno. Seus defensores preferem utilizar o termo enteógeno (gr. en = dentro/interno, Theo = Deus/Divindade, genos = gerador), ou 'gerador da Divindade interna' uma vez que seu uso se dá em contextos litúrgicos específicos. Para seus críticos, contudo, a opção sócio-cultural do usuário ou a tolerância religiosa de alguns países ao DMT não altera a classificação, uma vez que o objetivo continua sendo o de induzir visões pessoais e estados alterados através da ingestão de uma substância.
A propriedade psicoativa da Ayahuasca se deve à presença, nas folhas da chacrona, de uma substância enteógena denominada N,N-dimetiltriptami na (DMT), produzido naturalmente (em doses menores) no organismo humano. O DMT é metabolizado pelo organismo por meio da enzima monoamina oxidase (MAO), e não tem efeitos psicoativos quando administrado por via oral. No entanto, o caapi possui alcalóides capazes de inibir os efeitos da MAO: harmina e harmalina (antigamente conhecida como telepatina), principalmente. Desse modo, o DMT fica ativo administrado por via oral e tem sua ação intensificada e prolongada.
A ayahuasca provoca 'expansão da consciência' sem causar danos físicos, inclusive atribuindo à substância propriedades curativas, como reativar órgãos danificados. De fato, não há dependência física conhecida.
Segundo linhas tradicionais de uso, ingerindo essa bebida mágica, pode-se absorver o 'Espírito da Planta.'. Os sentidos são expandidos, os processos mentais e as emoções tornam-se mais profundos. A jornada pode mover-se em muitas dimensões. O vôo da alma, a partida do espírito do corpo físico, uma sensação de flutuar.
A experiência pode em algum ponto revelar visões notáveis, insight´s, produzir catarses, produzindo experiências de renovação, de renascimento positivas. Visões arquetípicas, de animais, de espíritos elementais, de cenas de vidas passadas, de Divindades, etc. Abre-se o portal de outros reinos da existência.
Nem todos recebem visões na primeira vez que experimentam. O trabalho com Ayahuasca é um processo que exige exame, dedicação, disciplina, coragem, perseverança e tempo para um benefício mais completo. Às vezes são necessárias várias sessões para se conseguir esse presente.
Uma vez iniciado o processo da renovação e transformação, estas continuam. O grande passo no trabalho com a Ayahuasca é a assimilação dos ensinamentos espirituais e a prática na vida diária.
À ayahuasca atribui-se a cura de males físicos, psicológicos, mentais e espirituais. Há estudos científicos preliminares sobre aplicações médicas e psicoterapêuticas.
No Peru os xamãs evocam guardiães, protetores espirituais. Evocam carcanas (escudos protetores) através de cânticos de poder (ícaros), do fumo de tabaco, a queima de incensos, e de Sálvia e algumas águas perfumadas (água de Florida, flores de Kananga) que atraem os espíritos.
A jornada com Ayahuasca leva à exploração tanto deste mundo 'ordinário', como de mundos paralelos, que estão além de nossa percepção corrente. Podem ocorrer sensações de liberação dos limites normais de espaço-tempo.
Não há dados científicos que indiquem riscos em relação à saúde física.
Pessoas com transtorno bipolar (antiga psicose-maníaco- depressiva) não poderão participar da cerimônia porque os alcalóides inibidores de mono-amono oxidase presentes na bebida, como a harmina e harmalina, têm efeito análogo a alguns antidepressivos, como a moclobemida (Aurorix). E antidepressivos, sejam inibidores de monoamino oxidase, inibidores seletivivos de recaptação de serotonina ou ainda de outras classes são associados a maior risco epsódios de mania em casos de transtorno bipolar. Há significativo risco de surtos psicóticos em indivíduos com pré-disposição genética. Pode ainda ocorrer: persecutoriedade, fuga da realidade e alienação, além de dependência psíquica de moderada a grave, portanto a Ayahuasca não é para todos. Para o homem branco, um acompanhamento terapeutico antes e após o uso ajuda no processo de cura.

Kambô


O Kambô é uma resina retirada de um pequeno sapo que vive na Amazônia, o Philomedusa bicolor. Esta resina contém peptídas analgésicas e de fortalecimento do sistema imunológico que provocam a destruição de microorganismos patogênicos. A aplicação é realizada sobre a pele e transportada rapidamente para todo o corpo pelos vasos linfáticos.

Para se obter um ótimo resultado deve-se tomar o Kambô com uma pessoa que tenha experiência e um conhecimento profundo dos mistérios e da magia da natureza como ( plantas, pedras, animais, energias etc...) E seja iniciado nesta ciência indígena.
Os índios indicam para qualquer distúrbio e desequilíbrio, afirmam que purifica o sangue eliminando as impurezas, mas quem não tem nenhum sintoma usa o Kambô para a imunização. O Kambô atua nos corpos sutis, na percepção, sonhos, no inconsciente e nos bloqueios que impedem o fluxo de energia vital do ser humano.
Durante a reação ocorre um processo de limpeza no campo energético, físico e emocional. Segundo pesquisas médicas há estimulação do sistema nervoso simpático e para-simpático, é como se o organismo fosse passado a limpo, é preciso estar de coração aberto para recebe-lo. Após o inicio do tratamento é indescritível o estado de conscientização e clareza de pensamentos, a sensação de harmonia e felicidade é visível, os sonhos a percepção e a intuição melhoram, a auto-estima rebrota principalmente para aqueles que tem coragem de buscar novas experiências na medicina alternativa.
Diz à lenda que os índios da aldeia estavam muito doentes e de tudo havia feito o Pajé para curá-los. Todas as ervas medicinais que conhecia foram usadas, mas nenhuma livrara seu povo da agonia. O Pajé então se embrenhou na floresta e, sobre os efeitos da Ayauaska, recebeu a visita do grande Deus. Este trazia nas mãos uma rã, da qual tirou uma secreção esbranquiçada, cuja aplicação nos enfermos ensinou como deveria ser feita. Voltando à tribo e seguindo as orientações que havia recebido, o Pajé pode curar seus irmãos índios. A história pode nos parecer exótica ou mesmo inverossímil, mas a rã existe. Ela recebeu dos índios Katukinas a denominação de Kambô, também podendo ser chamada de Kampun ou Kempô dependendo da tribo indígena.
Com o objetivo de prevenir, curar ou afastar o "Panêma" conhecida entre os índios e caboclos como preguiça, baixo astral, má sorte ( na caça, na pesca, na colheita ou na conquista amorosa ).
O curandeiro guarda a secreção da rã numa espátula de madeira Aplicando pequenas queimaduras na pele com um pedaço de cipó em brasa Aplicando a secreção nas quemaduras

O efeito da vacina do sapo é curto, porém muito forte: "uma forte onda de calor, que sobe pelo corpo até a cabeça. A dilatação dos vasos sanguíneos parece provocar uma circulação mais veloz do sangue, deixando o rosto vermelho e, seguida fica pálido, a pressão baixa, podendo provocar náuseas, vomito e/ou diarréia. Durando cerca de 15 minutos. Sensação desagradável, que aos poucos retorna a normalidade, e a pessoa se sente mais leve, como se tivesse feito uma boa limpeza, causando uma maior disposição".

Pesquisas científicas vem sendo realizadas sobre as propriedades da secreção de phyllomedusa bicolor desde da década 80 ou antes. O primeiro a "descobrir" as propriedades da secreção para a ciência moderna, foi um grupo de pesquisadores italianos. Amostras das rãs foram levadas do Peru para um pesquisador nos EUA. (Pesquisador que já tinha pesquisado e patenteado anteriormente substancias da râ Epipedobates tricolor, utilizada tradicionalmente pelos povos indígenas de Equador.
Também foram publicadas pesquisas sobre as propriedades da secreção por pesquisadores franceses e israelitas. Mais recente, a Universidade de Kentucky (EUA) está pesquisando (e patenteando) uma das substâncias encontradas na secreção do sapo em colaboração com a empresa farmacêutica Zymogenetics.

Resultados surpreendentes
As pesquisas revelaram que a secreção de phyllomedusa bicolor contém uma serie de substancias altamente eficazes, sendo as principais a dermorfina e a deltorfina, pertencentes ao grupo dos peptídeos. Estes dois peptídeos eram desconhecidos antes das pesquisas de phyllomedusa bicolor. Dermorfina é um potente analgésico e deltorfina pode ser aplicada no tratamento da Ischemia. (um tipo de falta de circulação sanguínea e falta de oxigênio, que pode causar derrames). As substâncias da secreção do sapo também possuem propriedades antibióticas e de fortalecimento do sistema imunológico.

A Anvisa determinou a suspensão de toda propaganda com alegações de propriedades terapêuticas e/ou medicinais, veiculadas em todos os meios de comunicação, da Vacina do Sapo, por meio da Resolução - RE nº 8, porque ainda não existe comprovação científica que garanta qualidade, principalmente segurança e eficácia da substância.
Em Pindamonhangaba um homem de 52 anos morreu após a aplicação da vacina. O kambô realmente pode envenar e até matar quando aplicado incorretamente por gente despreparada.
Este blog não recomenda o uso do Kambô. Apenas apresenta um estudo tradicional da cultura indígena amazônica.



Preocupação das populações tradicionais
Existe uma crescente preocupação dos povos da floresta, com o aproveitamento do conhecimento e dos recursos biológicos, que eles utilizam tradicionalmente, por parte de grandes empresas. Esta preocupação foi articulada, entre outros, no II Encontro Interinstitucional dos Povos da Floresta do Vale do Juruá Acreano, em abril/maio 2003. A preocupação com o patenteamento da vacina do sapo foi principalmente instigada com uma matéria do Globo Reporter , exibido em 02/2002. Desde enquanto, representantes indígenas da região solicitam que seja averiguado este caso.